Os três tipos de câncer de pele mais comuns são, em ordem decrescente:
• Carcinoma basocelular;
• Carcinoma de células escamosas (carcinoma espinocelular);
• Melanoma maligno.
O melanoma se origina nos melanócitos. Raramente pode se iniciar em partes do corpo como retina, ânus e seios da face, lugares em que também existem melanócitos.
História natural da doença:
• No melanoma in situ, as células de melanoma ficam inicialmente confinadas na camada mais baixa da epiderme, a camada basal. Quando essas células penetram na derme, consideramos o melanoma como invasivo. As células do melanoma espalham-se pela via linfática ou pelos vasos sanguíneos.
• No melanoma de pele (melanoma cutâneo), o principal fator de risco é a exposição ao sol, especialmente quando ocorrem queimaduras solares importantes antes dos 15 anos de idade.
• Pessoas de pele e/ou olhos claros e cabelos loiros ou ruivos têm mais tendência a sofrer queimaduras solares do que as de pele escura. Aqueles que têm múltiplas pintas com características irregulares (chamadas nevos atípicos) e história familiar de melanoma apresentam risco muito aumentado de desenvolver a doença.
Em geral, o melanoma é diagnosticado quando uma pinta muda de cor, forma ou tamanho. A pinta costuma ser indolor, mas pode ocasionalmente coçar, ser nova ou haver alteração de uma pinta antiga. Toda pinta que mude de cor, forma ou tamanho deve ser avaliada por dermatologista.
É raro alguém apresentar metástase de melanoma no momento do diagnóstico. Na maior parte dos casos, ele se apresenta como uma lesão localizada na pele.
A biópsia é necessária para o diagnóstico. Idealmente, a pinta suspeita deve ser totalmente removida (biópsia excisional). Se isso não for possível, recomenda-se uma biópsia que remova um pequeno cilindro da pinta suspeita (biópsia tipo punch).
A biópsia que tira a parte superficial da pinta, chamada shaving, não é recomendável nos casos de suspeita de melanoma, porque interfere com a avaliação patológica da profundidade da lesão, parâmetro essencial para o planejamento terapêutico. Nunca se deve cauterizar nem queimar ou clarear com laser uma pinta que seja suspeita de melanoma. Somente lesões de pele que são indubitavelmente benignas podem ser cauterizadas.
Em pacientes com melanoma com profundidade que exceda 0,75 mm (ou 1 mm em algumas instituições), é recomendável incluir um pequeno procedimento cirúrgico chamado pesquisa do linfonodo sentinela. O linfonodo sentinela é o aquele em que as células de melanoma se alojariam caso tivessem se espalhado pelos canais linfáticos.
Técnica da pesquisa de linfonodo sentinela:
No local em que a lesão está ou foi removida, injeta-se uma substância radioativa e um corante azul. Esses materiais entram nos canais linfáticos e se dirigem a um ou mais linfonodos da cadeia ganglionar mais próxima. Um linfonodo (ou às vezes mais de um) que acumular o material radioativo e o corante azul é chamado de linfonodo sentinela. Esse linfonodo é então removido para análise patológica para averiguar se contém ou não células malignas.
Em pacientes com melanoma e somente um linfonodo sentinela envolvido, independentemente da profundidade do tumor, o ganho com a realização de exames de imagem, tais como tomografias, é altamente questionável. Esses exames, em geral, não mostram outras metástases, entretanto podem revelar alterações benignas (como cicatrizes de pneumonia e tumores benignos) em até 20% dos casos, gerando dúvidas e muita ansiedade.
Os exames de imagem no estadiamento do melanoma são úteis em pacientes com comprometimento grosseiro dos linfonodos regionais. O PET-TC (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons) é mais sensível do que a tomografia computadorizada isolada no estadiamento de melanomas, mas só é realmente útil quando os linfonodos regionais estão comprometidos de modo grosseiro.
O PET-TC é mais indicado no estadiamento de melanoma quando o paciente tem aparentemente um único local de metástase (por exemplo, o pulmão) e a cirurgia para sua remoção está programada.
Em pacientes com comprometimento de órgãos internos, é importante a realização de uma ressonância nuclear magnética do cérebro, pois este é um órgão comumente afetado pelo melanoma.
A melhor maneira de prevenir o câncer de pele em geral é evitar a exposição aos raios UV.
Como o risco é cumulativo, deve-se evitar a exposição desde criança.
É recomendável o uso de protetor solar mesmo em dias nublados (pelo menos com FPS 15), assim como roupas que protejam contra os raios UV, incluindo camisas de manga longa e chapéus de aba larga. O raio UV atravessa roupas leves, vidros do carro e nuvens.