Depois do câncer de cólon e de reto, o câncer gástrico é o tumor do trato gastrintestinal mais frequente no Brasil. No entanto, sua incidência vem caindo nas últimas décadas, talvez pela melhora das condições de preparo e armazenamento dos alimentos. A incidência nos homens é 1,5 vez maior do que nas mulheres. A faixa etária mais atingida é a que vai dos 50 aos 70 anos de idade. Aproximadamente dois terços dos casos ocorrem acima dos 65 anos de idade.
Habitualmente, nas fases iniciais não há sintomas; quando existem, podem ser confundidos com os das gastrites e das indisposições digestivas que melhoram com o uso de antiácidos e de bloqueadores da produção de ácido. Nessa fase silenciosa, o crescimento é lento; pode durar de um a três anos. Perdida a oportunidade do diagnóstico precoce, o crescimento se torna mais rápido, e o tumor pode formar úlceras na mucosa, penetrar as camadas mais profundas do estômago e atingir os linfonodos responsáveis pela drenagem linfática. Com o crescimento, pode haver invasão dos órgãos vizinhos por proximidade: esôfago, duodeno, pâncreas e baço.
Fatores de risco que levam ao aparecimento do câncer de estômago.
• Dieta: os alimentos mais comuns no desenvolvimento do câncer de estômago são os mal armazenados ou preservados segundo técnicas antigas, principalmente os salgados, os defumados e os embutidos. A refrigeração para preservação mais adequada dos alimentos, bem como maior consumo de vegetais e frutas frescas, parece reduzir a incidência.
• Infecção por Helicobacter pylori: o Helicobacter pylori (H. pylori) é uma bactéria anteriormente correlacionada somente com as gastrites e úlceras gastroduodenais. Estudos mais recentes, entretanto, sugerem que ela é capaz de causar alterações pré-malignas na mucosa do estômago, que podem aumentar o risco de câncer. É importante deixar claro que a presença de H. pylori no estômago não quer dizer que a pessoa desenvolverá câncer gástrico. Em realidade, o aumento no risco de desenvolver câncer gástrico é muito pequeno.
• Pólipos no estômago: são bem mais raros do que no intestino grosso. Entre eles, os pólipos adenomatosos representam maior risco.
• Fumo: o risco de câncer de estômago em grandes fumantes é duas ou mais vezes maior do que nos não fumantes.
• Gastrite atrófica e anemia perniciosa: a gastrite atrófica, rara, leva a um maior risco de câncer de estômago.
• História familiar e raça: existe um tipo de câncer gástrico muito mais raro, que aparece com mais frequência em jovens de famílias com diversos casos dessa doença. Considera-se o câncer gástrico familiar quando o tumor for do tipo indiferenciado (mucocelular ou células em anel de sinete) e houver pelo menos dois casos do mesmo tipo de câncer em consanguíneos diretos, sendo um deles jovem, com menos de 40 anos. Pessoas de origem asiática correm mais risco de desenvolver câncer de estômago. Quando emigram para o Ocidente, no entanto, ocorre diminuição progressiva da incidência nas gerações subsequentes, fenômeno explicável especialmente pela adoção de outros hábitos alimentares.
Ao contrário de alguns tumores — como os cânceres de próstata, de colo uterino, de mama e de cólon e reto, para os quais existem exames rotineiros que possibilitam o diagnóstico precoce — não há programas de rastreamento para o diagnóstico precoce do câncer de estômago.
Como estratégia preventiva, a suspensão do tabagismo e ingestão alcóolica excessiva é uma medida da maior importância.
Outras medidas preventivas incluem a ingestão de dietas ricas em frutas e vegetais e pobres em carnes vermelhas, alimentos defumados, muito salgados e embutidos.
O controle do peso corpóreo e a realização de exercícios físicos regulares também podem reduzir o risco.
O principal exame para diagnosticar tumores malignos no estômago é a endoscopia digestiva alta, seguida de biópsia e exame anatomopatológico.
Mas outros exames também são importantes para avaliar a extensão do tumor, tais quais:
• Ultrassonografia endoscópica
• Tomografia computadorizada;
• Ressonância magnética.